Algo como isto... o direito à fragilidade

11:57 Emília Borda d´Água 1 Comments





Manifesto sobre a fragilidade

A ida a uma urgência de um hospital, em prol do próprio ou de outrem, permite-nos fazer um exercício sobre o reconhecimento dos nossos limites… e se dos físicos ali se cuidam, outros há incrustados nalguma parte do nosso ser - vá-se lá saber onde… - que são negligenciados, fingindo-se que não têm importância.
Pois têm e muita!!

Porque só se pode fazer o exercício da coragem superando os limites.
Enfrentando as fragilidades.
Reconhecendo onde dói e porque dói. 
Talvez ter coragem seja somente isto: lidar com as fragilidades!

Chorar a dor daquele momento, reconhecer a aflição que atormenta a alma, permitir-se o direito de sentir o chão tremer e da `puta´ da mochila, sobre os ombros, estar pesada…  não haverá nada mais sagrado do que permitir-se Ser Humano! E Ser humano é expor a nossa fragilidade, também. Porque quando não a expomos, até o direito a chorar perdemos!

Tantos rostos que vi, ontem, naquela urgência de hospital com a dor do momento a querer sair pelos olhos e a não ser permitida.
(E, também, a minha, até dela tomar consciência.)
Que se tenham permitido, num outro local, fazê-lo.
A sós ou sobre um ombro.

É que neste processo de ser gente, não adianta a fingir-se que se é forte, ou que não se sente e que não se tem medo…  

Seja feito o verdadeiro manifesto à fragilidade!
Àquela que, depois de encarada, nos permite dirigir “à besta”, tenha ela o apelido que tiver, para lhe dizer “Agora, vamos lá tratar de ti!”



1 comentário:

  1. Assumir, Aceitar e Encarar de Frente. Somos Espirito, mas também somos de carne e osso. Sentimos, sofremos, e saboreamos a vuida,quando a dor passa com outro olhar. Até nos esquecermos novamente, e novamente alguma coisa nos lembrar do que na verdade importa...Mas é assim...somos Alma, mas também somos gente!

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