Algo como isto...
"Algo como isto...": uma ode aos amigos!
A todos, mas em especial, a uns tantos. Àqueles que não estão só de passagem e que, tal como a conhecida marca nipónica de automóveis, "vieram para ficar", independentemente da hora em que chegaram à tua vida. Que aceitam quem foste, quem és e o que hás-de vir a ser. Que são, em ti, um infinito e que te acompanham nas conversas banais mas, também, nos estados de alma profundos.São as que estão porque querem estar. Somente.
Não há o Dia do Amigo. Há o Amigo e ponto final! Abreijos
"Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre."
É que isto de Ser(se) Amigo, faz lembrar um texto de Miguel Esteves Cardoso.
Transcrevendo...
"Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre. A ideia utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo. A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas, leia-se dívidas. Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais nisso.
A decadência da amizade entre nós deve-se à
instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de
maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É
por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou
comerciais. Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações
contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito.
Está tudo doido.
Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.
Está tudo doido.
Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.
Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por
existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só por quem e como são. O
porquê, o onde e o quando não interessam. A amizade não tem ponto de partida,
nem percurso, nem objectivo. É impossível lembrarmo-nos de como é que nos
tornámos amigos de alguém ou pensarmos no futuro que vamos ter.
A glória da amizade é ser apenas presente. É por isso que
dura para sempre; porque não contém expectativas nem planos nem ansiedade.
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